UM FALSÁRIO ASTUCIOSO.
DILSON PINHEIRO E PAULO DE TARSO, O
POETA DE TAUA.
De um falsário astucioso
É difícil se livrar
Quando começa a falar
Muito bem malicioso
Com fala mansa e jeitoso
Vende vermelho pra luto
Engana sábio ou matuto,
Industrial ou plebeu,
Engana a quem já morreu
Tem sucesso absoluto.
Poeta Dilson Pinheiro
Conheceu um cabra assim
Bem mentiroso e ruim,
Ganancioso e ligeiro
E para ganhar dinheiro
Não perdia ocasião
Para fisgar um tostão
Qualquer coisa ele fazia
Pois tentou vender um dia
Pertences de Lampião:
“Da casa de Lampião
Quis vender uns azulejo
E disse que um realejo
Pertencia a Gonzagão
Me apontou um colchão
Que Tiradentes morreu
Trouxe o punhal de Romeu,
Amante de Julieta,
Uns tijolo da mureta
Que Airton Senna bateu”.
Quis me vender também
A arpa que foi de Nero
Eu disse logo: - Eu não quero.
Ele falou: - Tudo bem,
Eu não vou forçar ninguém
Vou lhe dar outra opção
Me apontou um Carrilhão
Da sala da Santa Ceia
E de couro uma correia
Que Jesus tangeu o cão.
Umas foto bem grandona
Quando olhei disse: - É montagem
Uma freira com tatuagem,
Uma japonesa loirona,
O Papa Bento na Zona,
Romeu Tuma achando graça,
Ciro e Serra numa praça,
De mãos dada discursando
E Juraci enjeitando
Uma dose de cachaça…”
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